Seg, 16 de Janeiro de 2012 16:25
Nos últimos anos, empresas brasileiras de diversos setores conquistaram posição de destaque no mundo. A internet, no entanto, foi uma das exceções. Nenhuma companhia do segmento no país conseguiu lançar, por exemplo, ações na Nasdaq – bolsa em Nova York que negocia papéis de empresas de alta tecnologia. Esse cenário começa a mudar. A explosão recente do consumo, aliada ao uso cada vez mais difundido de computadores e aparelhos portáteis ligados à rede, tem estimulado o nascimento no Brasil de diversos negócios voltados ao comércio eletrônico e à internet.
Games, tecnologia da informação, mobilidade e marketing digital também vêm ganhando espaço e novos competidores. Com isso, a pujança no país das chamadas startups – empresas que buscam a inovação em seu segmento e operam com uma lógica de experimentação rápida – já não passa mais desapercebida a investidores nacionais e internacionais. “O mercado brasileiro me lembra o Vale do Silício, dez anos atrás. Há oportunidades gigantescas”, diz Matt Cohler, sócio da empresa de venture capital americana Benchmark.
Em meados da década passada, empreendedores brasileiros precisavam apresentar seus projetos no Vale do Silício – região ao sul de São Francisco, na Califórnia, onde estão as maiores empresas de tecnologia e os principais fundos voltados a startups dos Estados Unidos – para mendigar investimento e aconselhamento. A situação agora se inverteu. São os grandes fundos que vêm ao Brasil em busca de oportunidades.
Com o passar dos anos, o que antes era um vácuo de investidores no país para apoiar empresas nascentes de tecnologia começou a ser preenchido por gestoras nacionais, como a Monashees, a FIR Capital e a Astella. Hoje, grandes fundos estrangeiros de venture capital, como Tiger Global, Accel, Benchmark e Atomico, já fizeram aportes significativos em startups no país. O fundo francês LeadMedia chegou a fazer um IPO em Paris para poder aumentar seus investimentos no Brasil.
A maioria das empresas que investem em startups entra no empreendimento selecionado não só com dinheiro, mas também com conhecimento e contatos. “Nós passamos seis meses auxiliando a empresa na gestão, na governança, em tecnologia e no acesso a novos mercados”, diz Marcelo Sales, um dos fundadores da 21212, empresa que conecta empreendedores brasileiros a investidores internacionais.
O dinheiro costuma vir em várias rodadas. As empresas beneficiadas podem estar na fase de "capital semente" – quando as companhias mal se tornaram operacionais – ou em estágio inicial. Posteriormente, podem receber nova série de investimentos, quando já provaram ter um modelo de negócios consistente e precisam crescer rapidamente.
Fonte: VEJA Online